clepsydra
- A Clepsydra de Camilo Pessanha é publicada pela primeira vez em 1920. A edição para a qual aqui remetemos é a da revista Colóquio/Letras, que conta com as seguintes trinta e sete composições: Inscrição; Desce enfim sobre o meu coração;Tatuagens complicadas do meu peito; Quando?; Fonógrafo; Viola Chinesa; Ao longe os Barcos de Flores; Meus olhos apagados; Chorai, arcadas; Na cadeia os bandidos presos!; Depois da luta e depois da conquista; Se andava no jardim; Voz débil que passas; Passou o outono já, já torna o frio…; Desce em folhedos tenros a colina; Esvelta surge! Vem das águas, nua; Singra o navio. Sob a água clara; Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho?; Imagens que passais pela retina;Quando voltei encontrei meus passos; Depois das bodas de oiro; Crepuscular; E eis quanto resta do idílio acabado; Floriram por engano as rosas bravas; ? (incipit: “Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,”); Ó Magdalena, ó cabelos de rastos; Ó meu coração, torna para trás; Foi um dia de inúteis agonias; Branco e Vermelho; Queda;Rufando apressado; Ao meu coração um peso de ferro; À flor da vaga, o seu cabelo verde; Estátua; Em Um Retrato; Porque o melhor, enfim; Final.
- A Clepsydra é pois um marco do Simbolismo português. Reúne poemas compostos por Pessanha ao longo de vários anos, tantas vezes por ele declamados entre amigos e tão apreciados por grandes figuras da Literatura Portuguesa como Eugénio de Andrade, José Régio, David Mourão-Ferreira, Fernando Pessoa ou Mário de Sá-Carneiro. Este último diria, em resposta ao inquérito “O mais belo livro dos últimos 30 anos”: “À minha vibração emocional, a melhor obra de Arte escrita dos últimos trinta anos (que a Arte timbra-se para os nervos a vibrarem e não para a inteligência a medi-la em lucidez) é um livro que não está publicado – seria com efeito aquele, imperial, que reunisse os poemas inéditos de Camilo Pessanha, o grande ritmista”. A obra, “imperial”, encontra-se hoje ao alcance de todos nós e podemos portanto ter a honra de segurar a colectânea nas nossas mãos e de nos deleitarmos com os poemas da Clepsydra.
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